domingo, 16 de novembro de 2014

Domingo em algum tempo


Hoje acordei com uma lembrança batendo na gaveta e pedindo pra que eu não a esquecesse.Em alguma fase da minha infância, solta dentro de mim,  eu achava que o mundo só rodava  enquanto eu estava em cena. Imaginava que ao sair daquele esquete o mundo ficava em pause até que eu retornasse.
Muitas vezes ainda me pego colocando a vida toda em pause enquanto enquanto julgo que o melhor é permanecer na coxia. É como um vício, talvez neuroquímico ou quem sabe só esperando a deixa da vida pra viver meu texto....
Fiquei tentando entender o porquê desta memória visitante chegar em 16 de Novembro de 2014 e ser tão incômoda a ponto de me fazer colocá-la aqui na minha casinha virtual. Então....
Estou aqui arredando o mobiliário e encaixando a peça antiga querendo ser customizada.
Eu realmente entendo como ter o controle do tempo é importante!! Quando somos crianças em tempo de ser crianças é possível fantasiar e desprezar o tempo porque ele parece infinito( talvez em algum mundo seja), mas no agora, com meus programas atualizados e todos os diagnósticos enviando feedbacks a mensagem chega como um tsunâmi, 
A vida não se repete, por mais que se possa customizar a rotina e os velhos pensamentos!!!
Fico aqui elaborando e deixo em órbita uma frase de Michel de Montaigne que me flagrou em uma página do livro que estou lendo:" Somos como retalhos  de uma textura tão disforme e diversa que cada pedaço, a cada momento, faz o seu jogo. E existem tantas diferenças entre  nós e nós próprios como entre nós e os outros"....

beijo customizado
da Linda

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Dissolvendo ideias

                                   ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ∙ૐ

Oi Mundo
Tenho pensado ultimamente sobre o ponto em que me encontro exatamente. Isto desde que comecei a minha trajetória ou desde que tomei mais consciência de mim e do que me rodeia. Meu universo próximo.
 Quando a gente começa a remover as camadas  de  toxinas que nos entorpecem deste teatro de ilusões, começa também a contabilizar dados mais reais acerca das ações que praticamos e do quanto desperdiçamos energia. Avaliamos também os vínculos que nutrimos e as situações fictícias que alimentamos. Domamos nosso ego e flexionamos verbos .
A princípio acreditamos que o mundo sempre tem uma parcela de responsabilidade considerável sobre nossos desacertos. Assim , começo pensando alto sobre o mundo e as pessoas.
Por vezes tenho uma percepção  nefasta do que estamos nos tornando, como se em outras épocas os povos não houvessem passado por estágios mais primitivos e inconcebíveis. Foram muitas  desconstruções até que chegássemos a ser rotulados como civilizados e este conceito de civilização para mim ainda é um pouco contraditório.
Há abordagens e pontos diversos a serem identificados quando falamos em mundo de maneira que possamos valorar, não aqueles aspectos  carregados de elementos meritórios, mas sim o que cada grupo, sociedade ou indivíduo acredita que seja adequado.
Outro dia escutei a palavra "despersonalizados"  fazendo referência a uma sociedade cujos indivíduos se tornam apenas parte de um segmento que se identifica com determinado comportamento . Pessoas reduzidas a "um conjunto de hábitos" ou códigos geradores de um modelo. Este modelo passa a ser perseguido como uma fórmula  do tão almejado "sucesso".
E assim, mais adiante ouvi a palavra mais grave : "dessubjetivados", ou seja, despidos de seu principal ingrediente, sua unicidade, sua singularidade, sua essência  ou qualquer nome que se queira dar a este que é o nosso único atributo imperecível, imorredouro, infungível e o maior patrimônio que a vida pode nos legar, algo tão íntimo que nós mesmos não conseguimos dimensionar. Alguns chamam espírito e o nome nem importa.
Um mundo de pessoas "dessubjetivadas" e despersonalizadas .Parece  que a "semgracisse"  de sermos apenas seres humanos complexos não basta. É necessário um grande espetáculo de marketing com muitos adornos e acessórios, um show  que nunca acaba e ao final demonstra que jamais chegaremos ao final feliz, portanto é necessário continuar acumulando perfumarias e cosmética à nossa vida fictícia. É preciso continuar procurando este "nãoseioquê" na estética dos estereótipos, nas vitrines , nos shopping centers, nos pratos que devoramos e nos recursos que aniquilamos. Quantos ítens do pacote  dos "vencedores" já possuímos . Como estamos nas estatísticas?Quais já alcançamos?
Tenho pensado em tudo isso e em como me porto diante das minhas fraquezas.
 De fato, são muitas fórmulas mágicas para nos tornarmos títeres manipulados e previsíveis, anestesiados e possivelmente "kitschs".
Os  gatilhos  disparam  a todo tempo e acabam fazendo com que nos comportemos como ratos de laboratório . Parece que não há muita saída.
Por uns tempos passei a sentir  uma imensa vontade de me afastar das pessoas, evitá-las, por achar  que se importavam apenas  com banalidades e tratavam com  desimportância  as atrocidades  que este mundo hipertrofiado vem produzindo. Pessoas, enfim, cujas escolhas se baseavam na média do que a maioria faz.
Acontece que estas fases existem para que possamos processar as informações e experiências e amadurecer com elas.  As camadas de realidade vão chegando e percebo que não há mágica. São movimentos lentos e  necessários  para que possamos crescer. Tudo vai se dissolvendo.
A propósito, já não vejo as coisas de forma tão nebulosa. Há um sutil espaço se formando no interior desta apoteose amorfa e desgovernada das progressivas aquisições materiais . São como bolhas que se expandem e , na contramão desta panaceia, vem abrindo espaço para outras propostas, outras tribos cujas projeções mentais nos conduzem de volta , mudam as referências de nossas escolhas e  melhoram nossa experiência humana.
Já me sinto menos suscetível . Outro dia assisti um filme-documentário chamado "Quem se importa"(Mara Mourão). Recomendo. Nutriu um pouco minha alma. É sobre empreendedores sociais que vem mudando o mundo.
Por certo, ao acabar de reler este post não me encontro mais no mesmo ponto...
beijo lindoૐ

sábado, 13 de abril de 2013

Feliz Aniversário

Em mais um auspicioso treze de abril e esperando ainda um ano pelos cinquenta, estou aqui festejando a vida em meu aniversário. Com minhas cepas vocabulares, como não poderia deixar de ser, canto aquele parabéns silencioso num momentinho taciturno que guardei. Músicas da sessão nostalgia, vozes de todos os tempos e rumorosas perspectivas que se ensaiam fantasmagóricas oscilam pelos dias.Mesmo assim, não  há um esboço ou um obra acabada , tudo permanece assim , dançando através do tempo, como no   princípio( se houve um).Muito bom!
Feliz aniversário
Que todos possam ser felizes...
bjs
Lind@
 

domingo, 18 de novembro de 2012

Oxigenando espaços...

 
 


Entrei no compartimento da Linda, estava  meio escuro, as partículas minúsculas de poeira dançando sobre um fio de luz. Olhei em volta a procura de algum sinal da moradora reclusa daquela minha janela  . Estendi a mão e apertei no "Enter". Pura fototaxia!  Lá estava ela com seu sorriso suave e bondoso a espera de qualquer oportunidade para participar da cena. A luz entrou. Abri as janelas e deixei que a srta. O'mahley caminhasse um pouco sobre o teclado a fim de desenferrujar as letras e começar a articular  e verbetar . O tom musical de seus passos sobre os botões começou a tecer ficção, acionando um sei lá  do que há de permanente nas coisas que mudam .......
Respirei aliviada, por um instante cheguei a imaginar que não estaria mais ali. Asfixiaria sem o verbo, sem  flexão, sem abstração .
Deixo na tela um pouco da sua locução estereotipada, impressa em seu diário, que é mais ou menos assim :
" este é um trecho do meu roteiro,
 nunca está inteiro
porque é só passageiro, um  fragmento
 nada lisongeiro,
um dispositivo,
uma  mistura que oscila na
 substância do tempo
 que eu vivo
com as ênfases que eu acolho..."
 
Bj oxigenado
de Lind@
 
 
 

sábado, 17 de novembro de 2012

Na contramão

Eu caminhava dentro de um tunel de estacionamento, daqueles em caracol ( lugares que abomino e ninguém  me pergunte porque) em sentido contrário ao que aparentemente seria uma saída, mas não havia uma. Eu andava a pé e na contramão a procura do carro , que obviamente é apenas uma alegoria. Andava entre os faróis dos carros irritados . Subia exausta aquela rampa, feita para muito torque e carregava comigo a certeza de que não chegaria a lugar algum....Embora houvesse um elevador eu não sei porque optei por subir exausta aquela escalada.
É impressionante como, quando temos um problema aparentemente insolúvel, o subconsciente envia uma metáfora, ou nem tanto, daquela velha e conhecida sensação de impotência.
Acho que o jeito é tentar entender a história do ponto de vista dos carros, dos faróis e do túnel, que se deparam com ítem na contramão que quer fazer sentido!!!!

bj analítico
da lind@

domingo, 25 de dezembro de 2011

Perdi a sutileza...

Experimento neste domingo o sabor do Natal e fico relembrando inevitavelmente as dezenas de vezes em que já vivi esta data comemorativa. Os cenários e personagens vão se alterando a cada ano e tudo vai sendo desmistificado pelo tempo e pelas realidades que se impõe. Vem a pergunta - o que é mesmo o Natal?
Uma desculpa para devorar aquela torta de bombons, tomar mais uma taça e ou ligar para  aquelas pessoas que já foram coadjuvantes  premiadas em nossos ensaios ? Talvez isto indique que não encontro mais o espírito do tal de Natal ou pelo menos daquele que aprendi há muito tempo .
Se eu fosse católica ou adepta a  qualquer outra forma de credo diria que é uma época de reflexão sobre a grande metáfora bíblica, mas como sou apenas eu, uma habitante desta dimensão indefinida do planeta existência, tenho apenas a sensação de transitar pela tangente das perguntas e em silêncio. O que é que eu estou fazendo aqui mesmo?
Quem sabe não seja um caso de overdose. Lembro de tempos em que esperei ansiosa pelo cheiro e o gosto daquela noite ao estilo "merry christmas", com direito a pinheiro estilo americano, luzes piscando e até flocos de neve postiços . Os enfeites guardados com carinho eram novamente usados para ornamentar a casa.Tudo orquestrado para o grande momento. Havia uma atmosfera , uma expectativa de que tudo mudaria e se iluminaria naquela noite.
Na era do consumo contamos com zilhões de batulacos natalinos descartáveis (como tudo mais) que vão de lojas de 2,39 até bazares especializados em peças chics exclusivas e assinadas.Há também direito à músicas em versões jingle bells funk ,sertanejo, rappers pitorescos  e tudo que um circo necessita para tornar-se trash.
Enfim , chegamos ao século XXI, nos robotizamos, descobrimos que sentimentos não passam de neurotransmissores com defeito e que Papai Noel é um grande marketeiro com MBA em auto-ajuda aplicada ao consumo.
Só posso deduzir que perdi a sutileza, não acho meu sorriso de plástico e isto é muito bom .
Nada como respirar fundo e notar que o mundo mudou e vai continuar mudando. As dezenas de natais diferentes ainda estão por vir.  Novos cenários e concepções de mundo vão se construir e eu (nós) seremos protagonistas, espectadores, expectadores , testemunhas , como tem que ser.
Concluo que vale mesmo a intenção e o desejo sincero que brota nas pessoas de que o mundo se torne melhor, por eons que seja, nasce um pensamento generoso e contemplativo de compaixão.
Feliz Natal

Beijo lindddddddddddddo
da Linda

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Nada de novo

Entrando agora na primeira linha do discurso, aqui na minha confortável casa virtual abandonada é estranho  olhar as letras claudicantes se derramando no teclado. Alguns textos empoeirados e janelas fechadas . Algum eu esquecido e outro adormecido em um canto qualquer.
Vou soçobrando pelo amontoado de letras em busca da transpiração. Hoje "ouvi" um escritor dizendo que não se  escreve com  inspiração , mas sim com transpiração. É treino mesmo e, claro, no meu caso saudade.
Saudade de ir encarreirando um símbolo aqui e um sinal ali até corporificar alguma coisa , parir um pensamento sem compromisso. Encher linguiça, agora sem trema. Sem qualquer ficção que simule realidade.
Assim, jogar conversa fora com todo mundo, ou com ninguém. Falar das minhas idiossincrasias, das minhas manias ou da falta de graça que venho percebendo nas coisas ultimamente.
São veredas desérticas  que atravessamos uma tarde ou outra. Pode ser um inverno   ou um instante. O certo é que fico buscando uma forma de dar um pouco de lógica a todas estas coisas que possivelmente não possuam nenhuma (lógica) e muito menos careçam dela.  Só um  amontoado de episódios acidentais  denominado existência . Certo, alguns não tão acidentais, mas isto não tem muita importância. Vou mais é me alienar de mim. Qualquer arremedo de pensamento está ótimo, um link que faça recrudescer esta matéria tão  densa das palavras minhas, tão caladas que estão.

Saindo do limbo silencioso.

beijo alienado
da Linda