sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sabe onde comprar um manual de instruções?

Eu preciso montar um manual de instruções sobre como lidar comigo e tê-lo sempre a mão a fim de que nos mais diversos momentos em que eu me choque com minha própria resistência eu possa lançar mão das informações e impedir um estrago maior. Eu tenho muitas páginas escritas deste manual, mas inúmeras se contradizem. Sinal de que eu sou uma contradição.
Hoje em dia tudo tem manual, como chegar, como montar , como sair do poço, de auto-ajuda , de beleza, de boas maneiras, de etiqueta, de moda, de protocolo básico, do ....
Pois é , a menos que se tenha um consultor particular, especialista na cátedra, minha própria essência, fica muito difícil estar preparada para tudo. O remédio é, se não estou pronta, remedia-se! Que pérola de sabedoria! Tudo se acomoda na natureza e portanto na vida , como uma lição de Darwin!
(Como é difícil escrever na primeira pessoa. Fica como uma declaração.)
O fato é que estou me preparando para confessar a mim mesma que devo arrancar as páginas viciadas de meu manual ainda em rascunho. Aquelas que falam do enfadonho e abominável senso comum. Aquelas que determinam que devo esperar de mim mesma o que todos esperam(eles, o senso comum).Isto não é possível!
Hoje quando eu estava lendo um texto sobre a igualdade, que não a social ou jurídica, percebi que a igualdade só é possível por rasos momentos, até que alguém de idênticas ferramentas mude de nível ou plano , como nos átomos que são alterados por suas energias. Lembrei do diagrama de pauling. Eca.
Somos nós elétrons saltitantes esperando vaga em outro plano?
É , acho que estou falando do livro da vida, das regras que a natureza, ou existência estabeleceu muito antes de surgirmos como espécie ou de inventarmos as convenções sociais e os parâmetros.
A célula ancestral, aquela do coacervado, já tinha em seu conteúdo a inteligência do " fazer limonada do limão"!!
Bjs saltitantes delirantes......


domingo, 2 de agosto de 2009

Relãções perigosas

Eu hoje fiquei pensando, como coisa que isto fosse novidade, eu penso o tempo inteiro. Talvez nem sempre controle meus pensamentos, mas não consigo simplesmente apertar no off, embora às vezes devesse. Eu sei é que enquanto assistia um filme notei cenas absurdas,pause, tipo, crianças desmantelando vaga-lumes com raquetes ao som de notas suaves e bucólicas ao piano. Crianças ingênuas explodindo cardumes em um lindo lago. Será que eu estou ficando doida ou isto é o fim da picada? Doeu viu?
Tudo bem que as pessoas são imprevisíveis e as crianças até são cruéis, afinal estão testando seus sentimentos e sob período de teste e avaliação podem ocorrer deslizes. Eu hein?!
Mas os filmes sempre gostam de tocar em temas que se repetem. Pais e filhos. Relacionamentos entre pais e filhos, daqueles que não podem mais ser resgatados e transformam-se em uma mágoa, uma lembrança aborrecida, um trauma, um afeto não trabalhado. Pessoas, elas mesmas, sujeitas a todo tipo de cegueira, como se se habituassem a viver de forma errada com seus sentimentos e no final, não sabem mais como fazer certo. Isso é tão comum.
É muito fácil tornar-se um estranho perante uma pessoa que fez parte da sua vida por muito tempo, embora pareça impossível.
Na infância, geralmente os pais são heróis, são a imagem da virtude, da segurança e dos valores que carregamos por toda uma vida. Se os pais esquecem de ser pais ou não percebem isto, vão colher os resultados com certeza.
O sentir dos filhos corresponde ao que receberam , certo? Se recebem afeto, devolvem afeto, se recebem atenção devolvem atenção, se ganham amor, retribuem amor. Se são tratados com justiça e correção, vão tratar os outros com justiça e correção. Parece tão simples. Então porque vemos tantas aberrações e tantos desajustes.
Eu mesma, em algum momento , tornei-me uma estranha para mim mesma, para meu pai também, com certeza. Nos perdemos. Anulamos nossos sentimentos de pai e filha. Perdemos o fio da conversa. O que hoje vejo com tanta clareza, antes nem percebia. Eu sempre achava que os pais eram responsáveis por tudo e ponto. Subaproveitamos nossa história. Simples. Não foi nenhuma catástrofe, mas merecíamos ser mais atentos.
Entretanto, penso que somos levados pela cultura corrente a imaginar este tipo de responsabilidade. Não é assim que as coisas acontecem. Existem histórias,contextos por trás das pessoas que também as impedem de perceber suas falhas. Juntar várias pessoas em um grupo, uma famíia, por laços e sentimentos, é uma situação com muitos meandros, muitas particularidades de cada um e do todo.
Acima de tudo , somos muito vaidosos e ególatras para olhar quem está ao lado. Os pais também, preferem não demonstrar sua fragilidade e sua falibilidade e fazem crer aos filhos que não podem vacilar. Quando fracassam torna-se algo muito grave.
Pais abandonam seus sonhos pelo caminho e nem percebem que crianças captam tudo com sua anteninha e estes significados passam a representar muito em suas vidas adultas.
Não existem receitas, não mesmo, mas acho que os filhos querem mesmo é atenção e amor. Precisam ser queridos e ouvidos. O resto se obtém com uma boa e franca conversa. Afinal de contas, são estas experiências que nos tornam melhores e mais interessantes, o resto é perfumaria.