segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Desejo apenas tudo...

Eu pretendia que a Linda O´Mahley fosse uma parte divertida e leve, mas acabou sendo uma face mais séria e acabada. Não quis brincar, não quis fazer graça e nem usar o humor picante e corrosivo que eu aprecio tanto. A Linda O'Mahley é simplesmente de verdade.
A verdade que eu sou. Eu sou a gota d'água, a tangente , a enchente e tudo que existe entre o oito e o oitenta.
Não me importa que o mundo ignore as rotações do planeta e que me esqueçam um dia ou nem lembrem. Desejo apenas viver até a última gota, olhar nos olhos , respirar com força e não compreender nunca nada, porque fórmulas são para regras e quando falamos de gente não há regras, não há modelos , não há tribo, somos todos uns estranhos caminhando sobre a Terra e isso nos torna muito próximos uns dos outros. O que nos une de fato é nossa estranheza. Ficamos procurando em nós os outros e nos procurando em tudo e todo. Morremos de expectativa do próximo ato, mas sabemos que não há princípio e fim , isso é apenas para os contos de fadas. Somos aquela cobra comendo o próprio rabo.
Cada espelho que nos reflete leva um pouco da nossa estranheza e nos revela um pouco mais. Nos dá de comer na boca, nos ensina sobre nossa estadia plena pelo tempo.
Eu sou esta performance pirotécnica de mim mesma. Sou minha piada e meu riso.
E assim pratico a varredura do pleno e me encontro esparramada em grânulos microscópicos por tudo que meus lapsos permitem .
Como diria Clarisse, entre um e dois , entre uma palavra e outra , um intervalo de intervalos e assim é....
beijos beijos
da Linda

Eu estou eu...

Linda O´Mahley anda desaparecida. O caráter investigativo da persona anda um tanto adormecido. Talvez por conta do excesso de "vrittis" ou mesmo por preguiça. É , acho que a última opção.
A agitação de final de ano não deveria me afetar, afinal eu não sou adepta das comemorações natalinas e muito menos de fechamento de ciclos de tempo no calendário, prefiro os ciclos de tempo natural.
Entretanto estou eu aqui, acelerada, impaciente e com vontade de fazer toda minha vida caber dentro de cada segundo.
Enquanto alguns fazem profecias e outros fazem planos, eu estou aqui na sombra desta árvore da vida que é a minha história. Não sei se isto é bom ou ruim. Sei que não me desconcerta.
Há padrões por aí e acho que são estes padrões que, por muito acelerados que são, fazem com que me sinta uma tartaruga no deserto. Mas é só apertar "on" e voltar ao prumo para dar-me conta de que tudo está bem no seu lugar.
Eu estou bem no meu lugar. Eu estou bem. Eu estou . Eu.
Eu, primeira pessoa do singular. Eu , personalidade . Eu , indivíduo metafisicamente falando. Eu, existência. Eu estou aqui. Eu estou. Eu.
Eu estou eu.
Isto é muito irado. Estar inteiramente dentro de um instante , não sei precisar que milésimo infinitésimo de tempo é este, mas de uma magnitude absurda. Consigo me acordar a tempo, sem nenhum transtorno. Eu estou eu. Eu estou .
Parafraseando alguém, consubstanciam-se eu e não-eu, universo adentro e Shazan....